A exposição busca explorar os limites entre memória, tecnologia e imaginação, tecendo um fio condutor que interroga a relação entre o humano e o digital. No centro da mostra, uma espécie de "diário imaginado" recria memórias de infância da artista por meio de imagens que mesclam o onírico com sua intimidade. O uso do autorretrato digital, manipulando fotografias antigas e técnicas de IA, sugere uma reflexão sobre identidade e auto representação em tempos de crescente virtualização da vida. Em outras obras, a dualidade entre o ser humano e a presença crescente da tecnologia se torna mais evidente: o ato de montar e recompor indica que estamos constantemente reconstruindo nossas identidades e experiências, à medida que o digital permeia cada vez mais profundamente nossas emoções e percepções de mundo.
Essa reflexão se estende também às esculturas e videoarte, que evocam a ideia de uma mente em constante processo de fusão com o artificial. A exposição convida o espectador a refletir sobre como a nossa relação com a tecnologia não apenas espelha o que carregamos em nossa mente, mas se torna parte inseparável de nossa própria construção interna. No diálogo entre natureza e artifício, vida e mecanismo, questionamos se o que temos dentro de nós é ainda inteiramente humano ou se estamos, pouco a pouco, sendo transformados pela tecnologia que abraçamos.

MuMA - Museu Municipal de Arte

Avenida República Argentina, 3430